segunda-feira, 15 de agosto de 2016

6 meses depois...

Dizem que o tempo cura tudo...
Deve curar...  Ainda não sei.
Estou me fiando no que dizia uma bela e antiga música...
"...Já curou desenganados.. Já fechou tanta ferida..."

Mas há feridas que demoram a cicatrizar e doem... Muito! Todos os dias.

6 meses parece o tempo suficiente para enterrar certas questões,  mas é também tempo suficiente para um bebê criar forma e fazer o ventre crescer...

E assim como aquele que anseia pelo bebê que vai nascer; aquela que sofre, torce para que o tempo passe e a dor se acabe.

Já se passaram 6 meses...
O tempo não foi suficiente ainda...
Talvez seja caso de esperar os 9 meses completos! Assim o bebê nasce e talvez a dor passe.
Talvez...

Ass: Sal, que não conseguiu esquecer ainda...

Um texto de Marcel Camargo...


Ela crescera embalada pelos contos de fada, sonhando encontrar um príncipe encantado, para com ele viver feliz para sempre. Felicidade então significava estar com um homem, ter um marido, um lar, filhos, numa vida rodeada de eletrodomésticos de última geração.
E foi assim que se tornou uma adolescente insegura consigo, com a própria imagem, uma vez que teria que parecer interessante a algum rapaz de família. Nesse percurso, foi se esquecendo de si mesma, do que realmente sentia, era e queria, sufocando sua identidade sob aquilo que lhe disseram ser o certo.
Porque estava insegura e vulnerável, entregou-se a homens errados, doando-se sem receber nada em troca, aceitando metades, resignando-se, como se ela fosse sempre a culpada. A vida cor de rosa que havia idealizado ruía diante da frieza, da insensibilidade, da maldade alheia. Ela não se preparara para o mundo em que o “felizes para sempre” era raridade, artigo de museu.
Cada vez mais desiludida, chegou ao fundo do poço, com a cara e a alma quebradas, sentindo-se a pior das criaturas, alguém que não merecia ser feliz. Tentou mitigar a dor em vão, sob o efeito de álcool, tranquilizantes e afins. E porque se esvaziara de si mesma, não criara laços fortes com ninguém com quem pudesse dividir a dor. Na solidão, teve que se enfrentar sem rodeios, ou não sobreviveria.
Sozinha em meio à sua escuridão, para que não se perdesse para sempre, como que por instinto de sobrevivência, passou, lenta e dolorosamente, a voltar os olhos para si mesma. Foi se descobrindo como um alguém, foi se vendo como uma pessoa, dando as mãos ao que havia de melhor dentro de si, pois sempre há, por mais que tentemos enterrá-lo.
Recomeçou, enfim, iniciando a jornada em busca de si mesma e acabou percebendo que poderia, sim, ser feliz sozinha, caso não encontrasse alguém. O amor próprio finalmente tomou conta de seus sentidos e o espelho tornou-se seu aliado, complementando a inteireza de suas verdades mais íntimas. Não, não mais aceitaria migalhas, não mais colocaria a felicidade lá fora, não mais se culparia pela covardia alheia.
Hoje ela ainda não sabe muito bem o que quer, mas tem certeza do que não quer, do que não aceita, do que jamais trará para junto de si. Agora ela se ama e ninguém mais poderá ferir o seu coração. Ela é linda, porque se sente linda e isso basta. Dizem que ela é difícil e fechada para o amor. Ela, porém, apenas tem a certeza e a determinação de não permanecer perto de quem não sabe o que é troca, compartilhamento, cumplicidade.
Ela ainda iria quebrar a cara, óbvio, mas agora saberia distinguir qual era o peso dela naquilo tudo, não mais acumulando somente em si mesma as responsabilidades para o amor dar certo. E ela seria feliz, simplesmente porque ela estava pronta para amar de verdade. Agora ela era alguém de verdade.


© obvious: http://obviousmag.org/pensando_nessa_gente_da_vida/2016/seu-coracao-nao-era-de-pedra-era-resistente-contra-amores-fracos.html#ixzz4HS29HKWb 
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sábado, 13 de agosto de 2016

Um pai para recordar...

Mais um dia dos pais!! 😊
Meu pai não está mais aqui na terra, mas eu me lembro do meu pai todos os dias..Não somente no dia dos pais. Seus exemplos, gestos e expressões estão sempre presentes na minha memória e refletem na minha forma de agir.
Quando ajoelho ao lado da cama para orar, lembro q o via fazendo isso todos os dias...
Quando faço tudo e mais um pouco para minha filha, lembro que ele era carinhoso e cuidadoso comiho.
Quando me relaciono com minhas irmãs,  lembro que ele não aceitava desavenças em casa.
Quando quero xingar um nome feio, lembro que ele proíba até o mais inocente xingamento.
Quando alguém fica bravo perto de mim ou comigo(mesmo com razão-hehe), lembro que ele era da paz...  simplesmente assobiava e sorria.
Quando me dirijo à minha filha,  lembro de como ele era carinhoso e doce e quando vou chamar a atenção dela lembro que ele começava suas repreensões com "Minha filhinha".
Quando estudo flauta com a minha filha, lembro das muitas vezes em que ele também sentou comigo pra esrudar música e dos muitos duetos q tocamos juntos.
Quando sinto preguiça de ser motorista da minha filha eu lembro que mesmo depois que me casei, ele fazia questão de levar e buscar pra muitos lugares.
Quando vou falar mal de alguém,  lembro que ele me dizia pra não prejudicar e a não expor as pessoas.
Quanto tenho ânsias de ser arrogante, lembro de quão simples ele era é de como era fácil conviver com ele.
Por fim, me lembro do meu pai sempre que acordo de manhã e vou para a orquestra, porque esse era nosso sonho juntos.

O q eu desejo pra cada pai é que eles se tornem inesquecíveis na mente de seus filhos, pelas boas razões claro!!
Ass: Sal,  que sente saudades do pai.