sábado, 23 de janeiro de 2010

O que faz sangrar e doer...


Fácil foi romper o compromisso, largar os pertences, esquecer os momentos passados...
Simples enfrentar a família, os amigos, a religião...
Não doeu tanto ao abandono, não magoou muito a rejeição...
Por alguns instantes pensei: pouco estrago fez a separação...

Mas, faltou dinheiro, sobrou dívida...,
Sem grana, sem casa, sem quarto,...
Sem poupança, sem bens a repartir, nada de lucro...
Me consolei dizendo: O material passa; é tudo bem perecível...

Mas, não se passa por um vendaval ileso...
Autoconfiança abalada, auto-estica afetada...
Sobreveio humilhação, faltou identidade...
Ainda assim me instruí: O imaterial é trabalhável, reconstruível...

Mas o bem mais precioso, disputado e muito amado...
Prova falante visível, lembrança não apagável é a criança...
Frágil, pequenina, ingênua e indefesa:
Me faz temer, e tremer.
Essa sim; me faz sangrar e doer...


Ass:
Sal, que longe da criança; sangra e dói.

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